O trabalho de formação desportiva não é apenas uma tarefa centrada no domínio das aprendizagens das técnicas das modalidades. Mais do que esse domínio técnico, é indispensável dispor de conhecimentos e bases sólidas para a construção de uma carreira desportiva.
Por isso, a formação desportiva dos jovens praticantes deixou de ser apenas um processo de assegurar a qualidade desportiva dos clubes, para ser também um meio de optimizar os recurso humanos, justificando por essa razão, um olhar mais atento e mais cuidado.
O quadro que oferecem as competições de jovens onde já surgem os truques, os gestos de enfado e a indisciplina dos atletas consagrados, são aspectos visíveis da falta de gosto pela preparação e do horror pelo sacrifício.
Mas se sairmos dos praticantes de desporto para a grande massa dos que não fazem desporto, o panorama é ainda pior.
Qualquer jovem, daqueles que passeiam as olheiras e a corcova pelos cafés e pelos bilhares, se for convidado a fazer um jogo por determinado grupo, aceita com entusiasmo, mas ao ser abordado para se inscrever num clube para treinar a sério 3 ou 4 vezes por semana e jogar quando for preciso, diz que não tem tempo!
E é vê-los a ir para o café com o cigarro entre os dentes a dizer que isto é uma mixórdia e que não se proporciona aos jovens mais prática desportiva, mais instalações desportivas, mais qualquer coisa ....
Será falta de oportunidade? É, mas só em parte.
Mais importante é o facto da maioria saber que não tem habilidade suficiente para se afirmar e atingir o único fim que os interessa no desporto: - a ovação frenética das claques, a paródia das deslocações ou a comodidade de um emprego fácil !
Não lhes interessa a prática do Desporto como escola do carácter, como busca de sensações que conferem a cultura física.
Preferem ler as proezas, discutir os resultados e criticar a orientações como aqueles que, incapazes de satisfazerem as suas necessidades mergulham na descrição dos gozos alheios para assim esquecerem as suas próprias deficiências.
Surgem assim fenómenos como as discussões sobre o(s) ordenado(s) do(s) Cristiano(s) Ronaldo(s), que ganha(m) milhões de euros por ano, ou por mês, ou por dia.
Extremam-se posições, chegam mesmo a “vias de facto” quando discordam dos milhares de euros, ou de libras que ele(s) ganham!
É o triste espectáculo que o Desporto em Penafiel nos oferece naquilo que tem de mais precioso: - Os nossos jovens!
Nada serviria melhor a causa do desporto que se faz em Penafiel do que a denúncia dos seus males estruturais, ensinando aos jovens o respeito pela disciplina e o gosto pela preparação física, séria e trabalhosa.
Se entre nós, os técnicos de desporto fizessem uma exame rigoroso à maneira como preparam os atletas e em vez de falarem de campeões chamassem as coisas pelo seu nome...
E se a este esforço se juntasse a atenção dos responsáveis políticos, dando carácter duradouro e sustentável ao desenvolvimento do desporto no nosso concelho, talvez o panorama melhorasse lentamente.
Então talvez se pudesse fazer compreender e admirar por todos os jovens penafidelenses a grandeza daqueles que criaram qualquer coisa de tangível.
Então poderiam os jovens penafidelenses aprender onde está a força que fez alguns campeões do
Desporto em Penafiel