Nestes tempos a anteceder a feira de S. Martinho, a vida desportiva de Penafiel parece deixar-nos alguns motivos para reflexão.
Por um lado o grau de conflitualidade entre alguns dirigentes e técnicos desportivos, por outro,
É o envolvimento da Câmara Municipal de Penafiel num negócio com o grupo Sardinha & Leite a propósito da transferência do estádio municipal 25 de Abril inserido num complexo comercial e habitacional na freguesia de Novelas.
São sobretudo os dinheiros públicos utilizados em nome de interesses hipoteticamente públicos mas que parecem cobrir outros interesses particulares, sejam eles os do comércio, da indústria ou do futebol
Ao lado destes factos, contudo, há outros um pouco mais agradáveis.
A inauguração do Polidesportivo descoberto da Vila Gualdina, as próximas inaugurações dos 4 pavilhões desportivos em outras tantas freguesias, a realização das IV Regatas “Sentir Penafiel” , em Entre-os Rios.
A realidade desportiva em Penafiel aí está a demonstrar que a sua dimensão não se circunscreve às vicissitudes do espectáculo do futebol justificando por isso um comentário bastante ao jeito do período festivo que iremos viver.
Um comentário distanciado.
Reconhecemos naturalmente que estão a ocorrer em Penafiel algumas alterações que se assemelham ao efeito de “ideologia-expo” que sendo importantes, diremos mesmo estimulantes, requerem também a coragem política de reconhecer que o concelho tem no plano desportivo, necessidades básicas por satisfazer.
As prioridades de investimento público têm de ser orientadas na direcção dessas necessidades, sob pena de vivermos uma situação idêntica à de uma casa que tendo uma boa sala de visitas onde se realizam excelentes festas, é contígua a outros compartimentos onde continuam a faltar condições de habitabilidade adequadas.
Mas, por maior esforço que coloquemos, temos grandes dificuldades em encontrar mudanças significativas e seguramente não se pode afirmar que Penafiel dispõe de uma política desportiva sustentada por uma ideia do que queremos ser como concelho.
Em boa verdade, não tem havido até ao momento factos ou orientações ousadas, que tenham do desporto uma visão progressista, moderna, que responda aos desafios que os penafidelenses e o desenvolvimento do desporto colocam.
Assiste-se, isso sim, a uma espécie de actividade lúdica mediática onde a importância do que se faz, vale não pelo valor que em si mesma encerra, mas sobretudo pelo espaço que ocupa na comunicação social.
O resultado é uma estranha sensação de mal-estar. De um caminho que se percorre mas não se sabe muito bem onde conduz.
Provavelmente porque ainda não se passou da navegação à vista para a navegação por instrumentos. Será que existe a capacidade de o fazer?
Tem a palavra o homem do leme.