Salvo raras excepções, a Câmara Municipal de Penafiel, tem tido uma visão do desporto, assente no modelo tradicional, sendo uma referência para o seu próprio desenvolvimento.
Na maior parte dos casos, vive sem alternativas, limitando-se a copiar modelos estafados que, em termos de desenvolvimento desportivo a nada conduzirão.
São os pavilhões, as piscinas e as modalidades completas, as oficinas de desporto...
Estas são ideias que ainda dominam o espírito daqueles que têm responsabilidades no mundo da política desportiva local.
A autarquia tem organizado os seus serviços desportivos à imagem e semelhança daquilo que se passa nos clubes, o que tem conduzido a excessos de centralismo que ferem de morte o cumprimento do direito que todos têm a uma prática desportiva regular.
As intervenções desportivas não podem ser utilizadas como acções de cosmética de política desportiva, uma espécie de marketing saloio que a todos quer enganar mas que, no fundo, não engana ninguém.
Os eleitos locais têm de compreender que o desporto deixou de ser qualquer coisa para a qual se olha em regime de necessidade de última hora e para o qual todos são competentes.
Tem de haver competência técnica e administrativa que dê suporte às ideias e aos projectos. As políticas têm de ser idealizadas pela positiva.
Não se pode continuar, de uma forma intelectualmente promíscua, a confundir as diversas áreas, sectores e etapas do fenómeno desportivo.
O desporto deixou de poder ser utilizado como um instrumento de catarse colectiva, já que de um modo geral, as pessoas estão mais esclarecidas e não aceitam muitos dos oportunismos a que se tem assistido.
O desporto é muito mais do que isso.
O desporto que queremos cada vez é menos isso!
Não quer dizer que os oportunismos em matéria desportiva vão deixar de existir.
O que queremos dizer é que os poderes públicos vão começar a ser penalizados, como o não foram no passado.
Os políticos vão começar a ter de, também em matéria de política desportiva, pagar o preço das opções tomadas!